Não te incomoda assistir minha morte assim gelada enquanto tens os cobertores que me podem aquecer?
É o frio da existência que me corta os punhos e como facas, penetra minha carne quente, arrancando-me sangue e lágrimas.
Por favor não admire essa pintura.
Não pense que esse corpo congelado foi feliz um dia.
Esses olhos um dia foram meus; agora tudo se passou e nada me pertence.
Minha prisão é o tempo.
Sou prisioneiro da própria existência, condenado a morrer todos os dias em sua parede, admirado, não da forma como eu gostaria.
*Um título percebido por Leonardo Samarino
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