Espalhando a obra de poetas que eu conheço e admiro...
-Iverson Carneiro, poeta marginal, nascido no Pará, abraçado pelo Rio, dado ao Brasil.
Um pouco da metapoesia, contida no seu livro Moleque Velho (2005):
O Poema - 2001
Um livro
é um livro,
assim como um verso
é um verso
A contra capa do livro
é o reverso do verso,
assim como o poema
é um conjunto de versos...
-Tudo definição matemática!-
Mas o poema gosta de matemática
e de emoções fortes,
e é caótico como as equações
antes de suas resoluções.
O poema não é exato,
é ato de criação
e carametade do fato.
O verso é um pedaço
de poema e desespero,
construído a fogo e aço.
Mediação de Poeta- 1999
A palavra,
procuro-a no espelho,
onde, sei, se enfeita
feito meninas,
vaidosa, fingindo-se mocinha.
O poema,
velho e mau humorado,
se irrita com a futilidade da palavra,
e se nega a existir
sem o sangue das chacinas.
Ah, o poema!
Velho amigo que beija a ponta da pena,
mas não se convence
da utilidade do verso de amor,
e se finca na dureza das ruas!
A palavra?!
Procuro-a no espelho.
O poema?!
Encontro-o nas ruas.
E tento um acordo entre a palavra e o poema.
*Todos os direitos reservados ao autor.
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