segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Siso

De pedras brancas nasce um rio rubro
Há sangue em minha boca
Um gosto amargo no meu paladar

Espelho distorce meu rosto
Meus olhos distorcem o espelho
Um lado da face é maior que o outro

Privado do exercício da minha paixão
Calo-me quando muito gostaria de falar
Meu corpo deseja movimento, mas a consciência o faz parar

Volto ao espelho
Cuspo um rio
Construo meu barco
Navego o vermelho

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