sexta-feira, 19 de outubro de 2012

MELÃO COLHIA
MELANCOLIA
MEL NÃO COLHIA
MELANCOLIA

sábado, 9 de junho de 2012

Um beijo na chuva


Gotas e cheiro das gotas

Da chuva de cheiro do cheiro dos céus

Caem sobre as folhas verdes

Do verde da árvore

Árvore verde

Que balança o galho

Que balança as folhas

Que cheias de gotas

Choram sobre mim

Suas lágrimas doces

Que pego com a língua

Que passo nos lábios

Que beijam sua boca

Que junto com a boca

Se transforma em

Gotas e cheiro das gotas

Da chuva de cheiro do cheiro dos céus



O cheiro da chuva me invade os olhos

O som da chuva sopra minha pele

E quando a vejo, vejo com os ouvidos

E se nela toco, toco com meus lábios

segunda-feira, 16 de abril de 2012



 

Beber            água       de     chuva

Num              banho     de     chuva

Chuva           chuva      de     chuva

E sonhar       n'água    de      chuva

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Para educar os sentidos



Há tempos não fazia como hoje, ao chupar uma manga e lambuzar a cara.

Sem facas fragmentadoras, sem pudor, sujando a roupa.

Como dá prazer uma manga! Tão erótica experiência!

Lembrei da infância. Do tempo em que não se compravam as mangas.

Do tempo em que o tempo deixava de ser tempo quando chupava da fruta madura no pé.

Foi irresistível ver as outras duas mangas que estavam no cesto.

Fui lá me envolver com elas.

terça-feira, 27 de março de 2012

............................... CADA DIA

(...)ASSADO

.................................MEU AMOR


.................................PRESENTE


.................................FICA MAIS






........................................................... F U T U R




terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O mar chegava aqui

Lambi a pedra do sal num samba de roda de um porto qualquer
O sal ressecou minha língua
A língua falou cervejas em outra língua
A boca bebeu besteiras em outros copos
Um surdo ouviu meu corpo que ouvia o surdo
Queriam que eu fosse mudo
Língua obsoleta Fumaça escusada Vida temperada Contrária a insulsa Coração que pulsa

domingo, 26 de fevereiro de 2012


VOU DORMIR PRA SEMPRE
E ACORDAR
Q
U
A
N
D
OO PRA SEMPRE
ACABAR

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Roupa íntima ou Que nojo eu sinto de você

Para Gertrude


Imagine uma camisola de seda, branca, com detalhes de renda e fios de ouro.
Imagine que essa camisola foi usada na primeira noite de amor de um jovem casal.
Imagine que esse casal teve um filho.

Imagine a camisola de seda, branca, com detalhes de renda e fios de ouro.

Imagine que o filho cresceu.
Imagine uma caixa de recordações.
Imagine a morte de um pai.
Imagine dor.
Imagine suspeita de traição.
Imagine um filho.
Imagine uma mãe.
Imagine um quarto, uma briga.

Imagine a camisola de seda, branca, com detalhes de renda e fios de ouro.

Imagine uma mancha sobre o tecido branco.
Imagine a mancha crescendo, espalhando, escurecendo.
Imagine fogo.
Imagine grito.
E beijo
E tapa
E sufocamento.

Imagine uma camisola de seda, branca, com detalhes de renda e fios de ouro.



Sobre aquilo que te falei

Eu quero a superfície enquanto estou no barco
E aquela água é fria, densa, escura

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Depois que os ventos soprarem as velas
E o pedaço de árvores rasgar as ondas
Encontrarei águas onde eu queira
A
F
U
N
D
A
R
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....................................................................................S2